terça-feira, 1 de outubro de 2013


AM de Vila Real aprova o nome de Padre Max para nome de rua


Assembleia Municipal de Vila Real aprova recomendação do Bloco de Esquerda que solicita à Câmara Municipal de Vila Real, a alteração da toponímia de uma rua, renomeando-a de Rua Padre Max.


 Alteração de toponímia – Atribuição de nome de rua Padre Max

O Padre Maximiano Barbosa de Sousa foi um sacerdote nascido na aldeia de Choupica em Ribeira de Pena em 1943, tendo sido além de Padre, professor de Liceu em Lisboa e Setúbal, dando também aulas de Português e Francesa adultos na Casa da Cultura da Cumieira, a sete quilómetros de Vila Real. 

Apelidado carinhosamente como Padre Max, por todos os que o conheciam, contribuiu para a politização de muita gente, especialmente no período pós 25 de Abril de 1974, sendo que tinha filiações políticas na União Democrática Popular (UDP), motivo pelo qual foi detido várias vezes pelo Estado Novo. 

Foi em França que se embebeu pelos ideais do Maio de 1968 e foi pelo Evangelho que visionou a forma de ajudar os pobres, tendo ainda trabalhado na Acção Católica em 1971, acabando por se fixar em Vila Real, onde sentia que havia encontrado a sua vocação. 

O Padre Max, residia na moradia na Travessa de D. Dinis, número dois, alugando um quarto por mil escudos aos pais de Maria de Lurdes que vivia com a avó e irmã. 

Em 1976, aceitou ser candidato como independente pelo círculo eleitoral de Vila Real nas listas da UDP, marcadas para o dia 25 de Abril desse ano. 

A 3 de Abril do mesmo ano, foi assassinado juntamente com Maria de Lurdes, por um engenho explosivo colocado no seu Simca 1000 amarelo, detonado à distância. As suspeitas dos seus assassinatos recaíram sempre sobre a organização fascista, Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (MDLP), não tendo no entanto um único elemento sido condenado apesar das fortes suspeitas. 

Dada a importância da sua contribuição para a vida democrática em Portugal e em concreto em Vila Real, independentemente das concordâncias e discórdias políticas com as suas ideias e ideais, vem o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda propor a esta Assembleia que na sua  reunião  ordinária  do  dia  30  de  Setembro  de  2013,  delibere:

 1 – Solicitar à Câmara Municipal de Vila Real, a alteração da toponímia deuma rua, renomeando-a de Rua Padre Max. 

2 – Enviar a presente moção ao executivo municipal.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013


Resposta - Compromisso da candidatura da CDU à pergunta colocada em 20 de Setembro

 

... a CDU, na Câmara Municipal de Braga, assumirá a proposta de revogação da autorização de cedência de espaço público, ...




A CDU pronunciou-se, desde a primeira hora, contra uma tal decisão, correspondendo, aliás, aos sentimentos já anteriormente manifestados pelos democratas de Braga. O PCP, força que integra a CDU, promoveu mesmo uma acção pública de repúdio pela homenagem a tão funesta figura, que desenvolveu um dos mais destacados papeis como autor e mandante na conspiração ao serviço da extrema-direita, ao serviço da contra revolução que, da forma mais hipócrita e mentirosa, justificou como sendo ao serviço da religião e da Igreja Católica.

Acresce que a colocação da estátua no seu pedestal no dia que antecedeu o 38º aniversário do assalto ao Centro de Trabalho do PCP em Braga, a 11 de Agosto de 1975, foi um autêntico acto de provocação quer ao PCP, que nessa altura viu a sua sede violada e incendiada, quer a todos os democratas que assumiram esse acto odioso não apenas como um ataque ao PCP, mas como um ataque ao regime democrático, na altura ainda a dar os seus primeiros passos, quer ainda aos trabalhadores, reformados, pensionistas, funcionários públicos, a todos que sofrem na própria carne as consequências brutais da política de direita contrária aos valores de Abril.

Como na altura afirmámos, confiamos que o povo de Braga não deixaria de dar a devida resposta a esta ofensa aos valores de Abril, tão caros aos bracarenses.

Neste quadro, a CDU, na Câmara Municipal de Braga, assumirá a proposta de revogação da autorização de cedência de espaço público, que legitimou a colocação da estátua.

domingo, 22 de setembro de 2013

Resposta - Compromisso da  candidatura Cidadania em Movimento à pergunta colocada em 20 de Setembro



A candidatura Cidadania em Movimento ... anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.



Da nossa parte, enviamos o texto que foi para a comunicação social aquando da colocação da estátua e que responde às vossas perguntas. 
Muito obrigada

Inês Barbosa




Acaba de ser erigida, numa rotunda da cidade, a estátua do cónego Melo.
Este facto é algo surpreendente, dado que, na véspera, um comunicado amplamente divulgado na comunicação social, e não desmentido pela Câmara Municipal de Braga, referia que a estátua seria inaugurada apenas depois das eleições autárquicas, ”para não perturbar e interferir” no ato eleitoral em curso. Sendo assim, apenas podemos considerar que houve claramente uma manobra de contra-informação, cujo último responsável é, indiscutivelmente, quem gere e regula o espaço público: a Câmara Municipal de Braga.
A Cidadania em Movimento não compreende nem aceita que a política possa ser assumida segundo a máxima que um dirigente desportivo de uma cidade vizinha uma vez invocou: “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”. Se a política fosse assim, a sua credibilidade seria nula. Infelizmente, alguns políticos parecem reger-se por este padrão. É o caso do vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, o candidato Vitor de Sousa, que tem gerido este dossiê da estátua, com a cumplicidade clara do líder da oposição. A sua credibilidade é, por consequência, nula. Para Vitor de Sousa, a estátua do cónego Melo ficará indelevelmente marcada pela vergonha da contra-informação e da manipulação da opinião pública.
Mas a estátua é de vergonha também por outros motivos. Numa cidade que não tem nenhuma estátua àquele que foi o grande modernizador da sua história, Dom Diogo de Sousa, nem a nenhum dos edis republicanos que a ajudaram a configurar, como Manuel Monteiro, nem ao bracarense que melhor representa os ideais democráticos de abril, Francisco Salgado Zenha, erguer uma estátua a um homem que procurou continuar o regime anterior ao 25 de Abril com interferência direta nos movimentos armados contra a revolução democrática, é projetar a memória da cidade para um período ultramontano e fascista, de resto já representado designadamente por Santos da Cunha. Braga não é, felizmente, hoje, a capital do 28 de maio. É uma cidade democrática, cuja população valoriza a liberdade e a soberania popular.
A estátua ora levantada é um opróbio da memória e um logro da identidade da cidade. Como recordava uma petição, subscrita por um milhar de pessoas, entre os quais se reconhecem centenas de bracarenses ilustres:  “Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo no espaço público. O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum. (…) Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objeção de amplos sectores da sociedade bracarense e nacional. “ Naquele lugar, quando por lá passarem, muitos bracarenses virarão o olhar, cheios de indignação e repúdio. O espaço público não pode ser um lugar de divisão e controvérsia.
A candidatura Cidadania em Movimento rejeita a colocação da estátua, repudia e denuncia as manobras de contra-informação que a seu propósito se realizaram, acusa e responsabiliza aquele que é o seu principal responsável objetivo, o candidato Vitor de Sousa, e anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.

sábado, 21 de setembro de 2013

Pergunta aos candidatos à Câmara de Braga

Pergunta endereçada a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Braga
em 20 de Setembro de 2013 às 03:57

Caro
....................
candidato a Presidente da Câmara Municipal de Braga pelo ...

1. Em Maio de 2013 o Executivo Municipal votou a autorização para que uma estátua do Cónego Eduardo Melo fosse colocada num espaço público de Braga, no caso a Rotunda Monte de Arcos, facto que se veio a efectivar em 9 de Agosto.

2. Como justificativo, foi divulgado que tal se deveu à apreciação favorável duma petição entrada na Câmara Municipal com cerca de 1000 assinaturas, nunca divulgadas, sublinhe-se.
A aprovação foi obtida por votação através da qual só o Presidente e os vereadores da maioria votaram favoravelmente, o que em si traduz a falta de consenso que seria desejável numa situação deste tipo.

3. Posteriormente foi colocada na Net uma Petição denominada "Rejeitamos a Estátua" que pode ser consultada em:

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Rejeitamos-a-Estatua

Esta Petição Pública recolheu até agora mais de 2.100 assinaturas que se podem consultar em:

http://rejeitamosaestatua.blogspot.pt/

e em:
https://www.facebook.com/rejeitamos.aestatua?sk=wall

4. Em 13 de Agosto, os promotores da estátua promovem uma petição de sinal contrário solicitando à Câmara Municipal que a estátua seja mantida apesar das várias e distintas manifestações cidadãs em contrário.
Destes promotores, que disseram serem 1000, conhecem-se 2 e assinaram a respectiva petição on-line apenas 95 cujos nomes não foram até agora divulgados..

5. Perante estes factos perguntamos:

Caso seja eleito presidente ou vereador da Câmara Municipal de Braga que compromisso assume perante o problema criado pela autorização de ocupação do espaço público com um símbolo que manifestamente divide os cidadãos com a expressão evidenciada pelas petições citadas?

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Rejeitamos a Estátua - Carta Aberta (da Indignação)

Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo no espaço público.

O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum. Tanto que apenas a maioria PS no executivo camarário se manifestou a favor da estátua, tendo o CDS e o PSD decidido abster-se, o que suscitou uma ressentida carta aberta dos promotores da iniciativa, um reduzido grupo de cidadãos que, desde 2002, reclama a colocação da estátua, indignados com a afronta da abstenção.

Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objecção de amplos sectores da sociedade bracarense e nacional.

A colocação no espaço público duma estátua do cónego Melo divide os cidadãos, reabre feridas antigas e mais não faz do que a apologia do ressentimento, a marca de água de quem sempre tem convivido mal com a democracia e a liberdade. A estátua constituiria ainda uma despudorada instrumentalização do espaço público, consagrando, por oportunismo eleitoralista, uma relação pouco transparente entre o poder político e certos agentes económicos.

O cónego Eduardo Melo foi sempre, sobretudo, um exemplo de conúbio com os poderosos seus amigos. Nos favores e no negócio de influências, residia o seu poder.

Braga e Portugal estão repletos de homens e de mulheres ilustres, íntegros, valorosos e merecedores do nosso respeito e gratidão. Gente que, reconhecidamente, serviu o bem comum.

Não é o caso presente.
Esta pretensa homenagem afronta a Memória e a Decência. Não respeita ninguém.
Esta é a razão pela qual manifestamos a nossa indignação.

Petição disponível em http://peticaopublica.com/psign.aspx?pi=Rejeitamos-a-Estatua


Subscritores da petição em 27 de Setembro de 2013 (em actualização)

Abel Duarte Seixas - Comercial
Abel Jorge Ferreira Barbosa Soares - Eng. Informático
Abilio Pires - Consultor
Acácio Pinto Barata Lima - Eng Mecânico
Adelaide Teixeira - Actriz
Adelino António Pereira Coelho -
Adelino Coelho - Mecânico
Adelino Martins Mota -
Adilia Delfina Meireles Ruão - Reformada
Adolfo Fernando Leite Neves -
Adriana Conceição Silva Pereira Bebiano Nascimento - Professora universitária
Adriano Campos - bolseiro
Adriano Ferreira Borges - Fotografo
Adriano José Pinto Moura - Assistente de Investigação
Adriano Luis Mendes Teixeira de Sousa - Gerente de Loja
Afonso José Milheiro Barbosa Peres da Silva - Vendedor
Afonso Vale - Pedreiro
Agenor Duarte Martins - Reformado
Agostinho Jorge Guedes de Magalhães - Técnico de vendas
Agostinho Queirós Ramada - Reformado dos CTT
Aida da Glória de Sousa Antunes - Secretária
Aida Maria Reis da Mata - reformada
Aires Bustorff - economista
Aires Filipe Seabra Oliveira - Aposentado
Albano Pimentel Alves de Azevedo - Desempregado
Albertina Coelho - Reformada

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cartaz colocado junto à estátua

Eduardo Melo Peixoto (1927 – 2008)

Sacerdote da Arquidiocese de Braga.
Presidente de duas das mais ricas Confrarias de Portugal (Nossa Senhora do Sameiro e Irmandade de São Bento da Porta Aberta).
Admirador confesso do Estado Novo e do ditador Oliveira Salazar.
Ficaria conhecido, após o 25 de Abril, por ter apoiado organizações de extrema-direita (ELP e MDLP) apostadas no derrube do regime democrático através de acções armadas que vieram a acontecer, com relevantes danos e vítimas humanas, e às quais deu cobertura moral e operacional.
Era amigo dos seus principais dirigentes e disso fazia pública exibição.
Alguns deles viriam posteriormente a ser condenados a pesadas penas.
Foi indiciado em vários crimes nunca esclarecidos.
Homem bem relacionado com o poder económico e político locais, sempre primou a sua acção como intermediário de interesses privados e uso da capacidade de influência que lhe era reconhecida em favor dos amigos e daqueles que lhe eram subservientes.
Ainda em vida fez-se retratar numa tela colocada na Basílica do Sameiro, integrado em iconografia sagrada da igreja católica e ao lado da representação de três Papas, facto que criou públicas divergências dentro de alguns sectores da própria Igreja de Braga que o acusavam de promover um “culto da personalidade” incompatível com os valores e votos sacerdotais.
Em Maio de 2005 o Diário do Minho, jornal de inspiração cristã, promoveu uma votação  on-line através do qual, dos 21.737 votantes, 59% se pronunciaram contra esta estátua e 35% a favor.
Esta estátua acabaria por ser aqui colocada por decisão tomada em reunião do Executivo Camarário em Maio de 2013, aprovada com os votos favoráveis da maioria, Presidente e os 5 vereadores do PS e abstenção dos 4 vereadores da oposição (PSD, CDS e PPM). Todos em fim de mandato.