quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cartaz colocado junto à estátua

Eduardo Melo Peixoto (1927 – 2008)

Sacerdote da Arquidiocese de Braga.
Presidente de duas das mais ricas Confrarias de Portugal (Nossa Senhora do Sameiro e Irmandade de São Bento da Porta Aberta).
Admirador confesso do Estado Novo e do ditador Oliveira Salazar.
Ficaria conhecido, após o 25 de Abril, por ter apoiado organizações de extrema-direita (ELP e MDLP) apostadas no derrube do regime democrático através de acções armadas que vieram a acontecer, com relevantes danos e vítimas humanas, e às quais deu cobertura moral e operacional.
Era amigo dos seus principais dirigentes e disso fazia pública exibição.
Alguns deles viriam posteriormente a ser condenados a pesadas penas.
Foi indiciado em vários crimes nunca esclarecidos.
Homem bem relacionado com o poder económico e político locais, sempre primou a sua acção como intermediário de interesses privados e uso da capacidade de influência que lhe era reconhecida em favor dos amigos e daqueles que lhe eram subservientes.
Ainda em vida fez-se retratar numa tela colocada na Basílica do Sameiro, integrado em iconografia sagrada da igreja católica e ao lado da representação de três Papas, facto que criou públicas divergências dentro de alguns sectores da própria Igreja de Braga que o acusavam de promover um “culto da personalidade” incompatível com os valores e votos sacerdotais.
Em Maio de 2005 o Diário do Minho, jornal de inspiração cristã, promoveu uma votação  on-line através do qual, dos 21.737 votantes, 59% se pronunciaram contra esta estátua e 35% a favor.
Esta estátua acabaria por ser aqui colocada por decisão tomada em reunião do Executivo Camarário em Maio de 2013, aprovada com os votos favoráveis da maioria, Presidente e os 5 vereadores do PS e abstenção dos 4 vereadores da oposição (PSD, CDS e PPM). Todos em fim de mandato.

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