domingo, 22 de setembro de 2013

Resposta - Compromisso da  candidatura Cidadania em Movimento à pergunta colocada em 20 de Setembro



A candidatura Cidadania em Movimento ... anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.



Da nossa parte, enviamos o texto que foi para a comunicação social aquando da colocação da estátua e que responde às vossas perguntas. 
Muito obrigada

Inês Barbosa




Acaba de ser erigida, numa rotunda da cidade, a estátua do cónego Melo.
Este facto é algo surpreendente, dado que, na véspera, um comunicado amplamente divulgado na comunicação social, e não desmentido pela Câmara Municipal de Braga, referia que a estátua seria inaugurada apenas depois das eleições autárquicas, ”para não perturbar e interferir” no ato eleitoral em curso. Sendo assim, apenas podemos considerar que houve claramente uma manobra de contra-informação, cujo último responsável é, indiscutivelmente, quem gere e regula o espaço público: a Câmara Municipal de Braga.
A Cidadania em Movimento não compreende nem aceita que a política possa ser assumida segundo a máxima que um dirigente desportivo de uma cidade vizinha uma vez invocou: “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”. Se a política fosse assim, a sua credibilidade seria nula. Infelizmente, alguns políticos parecem reger-se por este padrão. É o caso do vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, o candidato Vitor de Sousa, que tem gerido este dossiê da estátua, com a cumplicidade clara do líder da oposição. A sua credibilidade é, por consequência, nula. Para Vitor de Sousa, a estátua do cónego Melo ficará indelevelmente marcada pela vergonha da contra-informação e da manipulação da opinião pública.
Mas a estátua é de vergonha também por outros motivos. Numa cidade que não tem nenhuma estátua àquele que foi o grande modernizador da sua história, Dom Diogo de Sousa, nem a nenhum dos edis republicanos que a ajudaram a configurar, como Manuel Monteiro, nem ao bracarense que melhor representa os ideais democráticos de abril, Francisco Salgado Zenha, erguer uma estátua a um homem que procurou continuar o regime anterior ao 25 de Abril com interferência direta nos movimentos armados contra a revolução democrática, é projetar a memória da cidade para um período ultramontano e fascista, de resto já representado designadamente por Santos da Cunha. Braga não é, felizmente, hoje, a capital do 28 de maio. É uma cidade democrática, cuja população valoriza a liberdade e a soberania popular.
A estátua ora levantada é um opróbio da memória e um logro da identidade da cidade. Como recordava uma petição, subscrita por um milhar de pessoas, entre os quais se reconhecem centenas de bracarenses ilustres:  “Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo no espaço público. O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum. (…) Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objeção de amplos sectores da sociedade bracarense e nacional. “ Naquele lugar, quando por lá passarem, muitos bracarenses virarão o olhar, cheios de indignação e repúdio. O espaço público não pode ser um lugar de divisão e controvérsia.
A candidatura Cidadania em Movimento rejeita a colocação da estátua, repudia e denuncia as manobras de contra-informação que a seu propósito se realizaram, acusa e responsabiliza aquele que é o seu principal responsável objetivo, o candidato Vitor de Sousa, e anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.

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