Resposta - Compromisso da candidatura Cidadania em Movimento à pergunta colocada em 20 de Setembro
A candidatura Cidadania em Movimento ... anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.
Da nossa parte, enviamos o texto que foi para a comunicação social aquando da colocação da estátua e que responde às vossas perguntas.
Muito obrigada
Inês Barbosa
Acaba de ser erigida, numa rotunda da cidade, a estátua do cónego Melo.
Este facto é algo surpreendente, dado que, na véspera, um comunicado
amplamente divulgado na comunicação social, e não desmentido pela Câmara
Municipal de Braga, referia que a estátua seria inaugurada apenas
depois das eleições autárquicas, ”para não perturbar e interferir” no
ato eleitoral em curso. Sendo assim, apenas podemos considerar que houve
claramente uma manobra de contra-informação, cujo último responsável é,
indiscutivelmente, quem gere e regula o espaço público: a Câmara
Municipal de Braga.
A
Cidadania em Movimento não compreende nem aceita que a política possa
ser assumida segundo a máxima que um dirigente desportivo de uma cidade
vizinha uma vez invocou: “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”. Se a
política fosse assim, a sua credibilidade seria nula. Infelizmente,
alguns políticos parecem reger-se por este padrão. É o caso do
vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, o candidato Vitor de
Sousa, que tem gerido este dossiê da estátua, com a cumplicidade clara
do líder da oposição. A sua credibilidade é, por consequência, nula.
Para Vitor de Sousa, a estátua do cónego Melo ficará indelevelmente
marcada pela vergonha da contra-informação e da manipulação da opinião
pública.
Mas
a estátua é de vergonha também por outros motivos. Numa cidade que não
tem nenhuma estátua àquele que foi o grande modernizador da sua
história, Dom Diogo de Sousa, nem a nenhum dos edis republicanos que a
ajudaram a configurar, como Manuel Monteiro, nem ao bracarense que
melhor representa os ideais democráticos de abril, Francisco Salgado
Zenha, erguer uma estátua a um homem que procurou continuar o regime
anterior ao 25 de Abril com interferência direta nos movimentos armados
contra a revolução democrática, é projetar a memória da cidade para um
período ultramontano e fascista, de resto já representado designadamente
por Santos da Cunha. Braga não é, felizmente, hoje, a capital do 28 de
maio. É uma cidade democrática, cuja população valoriza a liberdade e a
soberania popular.
A
estátua ora levantada é um opróbio da memória e um logro da identidade
da cidade. Como recordava uma petição, subscrita por um milhar de
pessoas, entre os quais se reconhecem centenas de bracarenses ilustres:
“Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo
contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um
modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara
Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo
no espaço público. O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum.
(…) Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito
significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja
Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objeção de
amplos sectores da sociedade bracarense e nacional. “ Naquele lugar,
quando por lá passarem, muitos bracarenses virarão o olhar, cheios de
indignação e repúdio. O espaço público não pode ser um lugar de divisão e
controvérsia.
A
candidatura Cidadania em Movimento rejeita a colocação da estátua,
repudia e denuncia as manobras de contra-informação que a seu propósito
se realizaram, acusa e responsabiliza aquele que é o seu principal
responsável objetivo, o candidato Vitor de Sousa, e anuncia que, uma vez
representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção
da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática
coletiva.
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