quarta-feira, 25 de setembro de 2013


Resposta - Compromisso da candidatura da CDU à pergunta colocada em 20 de Setembro

 

... a CDU, na Câmara Municipal de Braga, assumirá a proposta de revogação da autorização de cedência de espaço público, ...




A CDU pronunciou-se, desde a primeira hora, contra uma tal decisão, correspondendo, aliás, aos sentimentos já anteriormente manifestados pelos democratas de Braga. O PCP, força que integra a CDU, promoveu mesmo uma acção pública de repúdio pela homenagem a tão funesta figura, que desenvolveu um dos mais destacados papeis como autor e mandante na conspiração ao serviço da extrema-direita, ao serviço da contra revolução que, da forma mais hipócrita e mentirosa, justificou como sendo ao serviço da religião e da Igreja Católica.

Acresce que a colocação da estátua no seu pedestal no dia que antecedeu o 38º aniversário do assalto ao Centro de Trabalho do PCP em Braga, a 11 de Agosto de 1975, foi um autêntico acto de provocação quer ao PCP, que nessa altura viu a sua sede violada e incendiada, quer a todos os democratas que assumiram esse acto odioso não apenas como um ataque ao PCP, mas como um ataque ao regime democrático, na altura ainda a dar os seus primeiros passos, quer ainda aos trabalhadores, reformados, pensionistas, funcionários públicos, a todos que sofrem na própria carne as consequências brutais da política de direita contrária aos valores de Abril.

Como na altura afirmámos, confiamos que o povo de Braga não deixaria de dar a devida resposta a esta ofensa aos valores de Abril, tão caros aos bracarenses.

Neste quadro, a CDU, na Câmara Municipal de Braga, assumirá a proposta de revogação da autorização de cedência de espaço público, que legitimou a colocação da estátua.

domingo, 22 de setembro de 2013

Resposta - Compromisso da  candidatura Cidadania em Movimento à pergunta colocada em 20 de Setembro



A candidatura Cidadania em Movimento ... anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.



Da nossa parte, enviamos o texto que foi para a comunicação social aquando da colocação da estátua e que responde às vossas perguntas. 
Muito obrigada

Inês Barbosa




Acaba de ser erigida, numa rotunda da cidade, a estátua do cónego Melo.
Este facto é algo surpreendente, dado que, na véspera, um comunicado amplamente divulgado na comunicação social, e não desmentido pela Câmara Municipal de Braga, referia que a estátua seria inaugurada apenas depois das eleições autárquicas, ”para não perturbar e interferir” no ato eleitoral em curso. Sendo assim, apenas podemos considerar que houve claramente uma manobra de contra-informação, cujo último responsável é, indiscutivelmente, quem gere e regula o espaço público: a Câmara Municipal de Braga.
A Cidadania em Movimento não compreende nem aceita que a política possa ser assumida segundo a máxima que um dirigente desportivo de uma cidade vizinha uma vez invocou: “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”. Se a política fosse assim, a sua credibilidade seria nula. Infelizmente, alguns políticos parecem reger-se por este padrão. É o caso do vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, o candidato Vitor de Sousa, que tem gerido este dossiê da estátua, com a cumplicidade clara do líder da oposição. A sua credibilidade é, por consequência, nula. Para Vitor de Sousa, a estátua do cónego Melo ficará indelevelmente marcada pela vergonha da contra-informação e da manipulação da opinião pública.
Mas a estátua é de vergonha também por outros motivos. Numa cidade que não tem nenhuma estátua àquele que foi o grande modernizador da sua história, Dom Diogo de Sousa, nem a nenhum dos edis republicanos que a ajudaram a configurar, como Manuel Monteiro, nem ao bracarense que melhor representa os ideais democráticos de abril, Francisco Salgado Zenha, erguer uma estátua a um homem que procurou continuar o regime anterior ao 25 de Abril com interferência direta nos movimentos armados contra a revolução democrática, é projetar a memória da cidade para um período ultramontano e fascista, de resto já representado designadamente por Santos da Cunha. Braga não é, felizmente, hoje, a capital do 28 de maio. É uma cidade democrática, cuja população valoriza a liberdade e a soberania popular.
A estátua ora levantada é um opróbio da memória e um logro da identidade da cidade. Como recordava uma petição, subscrita por um milhar de pessoas, entre os quais se reconhecem centenas de bracarenses ilustres:  “Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo no espaço público. O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum. (…) Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objeção de amplos sectores da sociedade bracarense e nacional. “ Naquele lugar, quando por lá passarem, muitos bracarenses virarão o olhar, cheios de indignação e repúdio. O espaço público não pode ser um lugar de divisão e controvérsia.
A candidatura Cidadania em Movimento rejeita a colocação da estátua, repudia e denuncia as manobras de contra-informação que a seu propósito se realizaram, acusa e responsabiliza aquele que é o seu principal responsável objetivo, o candidato Vitor de Sousa, e anuncia que, uma vez representada no executivo e na Assembleia Municipal, proporá a remoção da estátua que divide os bracarenses e ofende a consciência democrática coletiva.

sábado, 21 de setembro de 2013

Pergunta aos candidatos à Câmara de Braga

Pergunta endereçada a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Braga
em 20 de Setembro de 2013 às 03:57

Caro
....................
candidato a Presidente da Câmara Municipal de Braga pelo ...

1. Em Maio de 2013 o Executivo Municipal votou a autorização para que uma estátua do Cónego Eduardo Melo fosse colocada num espaço público de Braga, no caso a Rotunda Monte de Arcos, facto que se veio a efectivar em 9 de Agosto.

2. Como justificativo, foi divulgado que tal se deveu à apreciação favorável duma petição entrada na Câmara Municipal com cerca de 1000 assinaturas, nunca divulgadas, sublinhe-se.
A aprovação foi obtida por votação através da qual só o Presidente e os vereadores da maioria votaram favoravelmente, o que em si traduz a falta de consenso que seria desejável numa situação deste tipo.

3. Posteriormente foi colocada na Net uma Petição denominada "Rejeitamos a Estátua" que pode ser consultada em:

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Rejeitamos-a-Estatua

Esta Petição Pública recolheu até agora mais de 2.100 assinaturas que se podem consultar em:

http://rejeitamosaestatua.blogspot.pt/

e em:
https://www.facebook.com/rejeitamos.aestatua?sk=wall

4. Em 13 de Agosto, os promotores da estátua promovem uma petição de sinal contrário solicitando à Câmara Municipal que a estátua seja mantida apesar das várias e distintas manifestações cidadãs em contrário.
Destes promotores, que disseram serem 1000, conhecem-se 2 e assinaram a respectiva petição on-line apenas 95 cujos nomes não foram até agora divulgados..

5. Perante estes factos perguntamos:

Caso seja eleito presidente ou vereador da Câmara Municipal de Braga que compromisso assume perante o problema criado pela autorização de ocupação do espaço público com um símbolo que manifestamente divide os cidadãos com a expressão evidenciada pelas petições citadas?

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Rejeitamos a Estátua - Carta Aberta (da Indignação)

Se tivesse sido um católico inspirador, uma figura de referência pelo contributo prestado às artes ou às letras, um cidadão exemplar ou um modelo de bracarense e de português, não se estranharia que a Câmara Municipal de Braga aprovasse a colocação de uma estátua do cónego Melo no espaço público.

O certo é que o cónego Melo é o máximo divisor comum. Tanto que apenas a maioria PS no executivo camarário se manifestou a favor da estátua, tendo o CDS e o PSD decidido abster-se, o que suscitou uma ressentida carta aberta dos promotores da iniciativa, um reduzido grupo de cidadãos que, desde 2002, reclama a colocação da estátua, indignados com a afronta da abstenção.

Esta iniciativa nunca suscitou o aplauso dos cidadãos, sendo muito significativo o facto de não ter sido acolhida com simpatia pela Igreja Católica. Esta iniciativa sempre suscitou a firme e pública objecção de amplos sectores da sociedade bracarense e nacional.

A colocação no espaço público duma estátua do cónego Melo divide os cidadãos, reabre feridas antigas e mais não faz do que a apologia do ressentimento, a marca de água de quem sempre tem convivido mal com a democracia e a liberdade. A estátua constituiria ainda uma despudorada instrumentalização do espaço público, consagrando, por oportunismo eleitoralista, uma relação pouco transparente entre o poder político e certos agentes económicos.

O cónego Eduardo Melo foi sempre, sobretudo, um exemplo de conúbio com os poderosos seus amigos. Nos favores e no negócio de influências, residia o seu poder.

Braga e Portugal estão repletos de homens e de mulheres ilustres, íntegros, valorosos e merecedores do nosso respeito e gratidão. Gente que, reconhecidamente, serviu o bem comum.

Não é o caso presente.
Esta pretensa homenagem afronta a Memória e a Decência. Não respeita ninguém.
Esta é a razão pela qual manifestamos a nossa indignação.

Petição disponível em http://peticaopublica.com/psign.aspx?pi=Rejeitamos-a-Estatua


Subscritores da petição em 27 de Setembro de 2013 (em actualização)

Abel Duarte Seixas - Comercial
Abel Jorge Ferreira Barbosa Soares - Eng. Informático
Abilio Pires - Consultor
Acácio Pinto Barata Lima - Eng Mecânico
Adelaide Teixeira - Actriz
Adelino António Pereira Coelho -
Adelino Coelho - Mecânico
Adelino Martins Mota -
Adilia Delfina Meireles Ruão - Reformada
Adolfo Fernando Leite Neves -
Adriana Conceição Silva Pereira Bebiano Nascimento - Professora universitária
Adriano Campos - bolseiro
Adriano Ferreira Borges - Fotografo
Adriano José Pinto Moura - Assistente de Investigação
Adriano Luis Mendes Teixeira de Sousa - Gerente de Loja
Afonso José Milheiro Barbosa Peres da Silva - Vendedor
Afonso Vale - Pedreiro
Agenor Duarte Martins - Reformado
Agostinho Jorge Guedes de Magalhães - Técnico de vendas
Agostinho Queirós Ramada - Reformado dos CTT
Aida da Glória de Sousa Antunes - Secretária
Aida Maria Reis da Mata - reformada
Aires Bustorff - economista
Aires Filipe Seabra Oliveira - Aposentado
Albano Pimentel Alves de Azevedo - Desempregado
Albertina Coelho - Reformada

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cartaz colocado junto à estátua

Eduardo Melo Peixoto (1927 – 2008)

Sacerdote da Arquidiocese de Braga.
Presidente de duas das mais ricas Confrarias de Portugal (Nossa Senhora do Sameiro e Irmandade de São Bento da Porta Aberta).
Admirador confesso do Estado Novo e do ditador Oliveira Salazar.
Ficaria conhecido, após o 25 de Abril, por ter apoiado organizações de extrema-direita (ELP e MDLP) apostadas no derrube do regime democrático através de acções armadas que vieram a acontecer, com relevantes danos e vítimas humanas, e às quais deu cobertura moral e operacional.
Era amigo dos seus principais dirigentes e disso fazia pública exibição.
Alguns deles viriam posteriormente a ser condenados a pesadas penas.
Foi indiciado em vários crimes nunca esclarecidos.
Homem bem relacionado com o poder económico e político locais, sempre primou a sua acção como intermediário de interesses privados e uso da capacidade de influência que lhe era reconhecida em favor dos amigos e daqueles que lhe eram subservientes.
Ainda em vida fez-se retratar numa tela colocada na Basílica do Sameiro, integrado em iconografia sagrada da igreja católica e ao lado da representação de três Papas, facto que criou públicas divergências dentro de alguns sectores da própria Igreja de Braga que o acusavam de promover um “culto da personalidade” incompatível com os valores e votos sacerdotais.
Em Maio de 2005 o Diário do Minho, jornal de inspiração cristã, promoveu uma votação  on-line através do qual, dos 21.737 votantes, 59% se pronunciaram contra esta estátua e 35% a favor.
Esta estátua acabaria por ser aqui colocada por decisão tomada em reunião do Executivo Camarário em Maio de 2013, aprovada com os votos favoráveis da maioria, Presidente e os 5 vereadores do PS e abstenção dos 4 vereadores da oposição (PSD, CDS e PPM). Todos em fim de mandato.